segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O Voto de Minerva

(Leia sobre o Mito de Pandora clicando aqui!)

E para finalizar meus posts especiais sobre Mitologia, trago hoje "A Oresteia", de Ésquilo.

Todas as tragédias gregas, originalmente, foram escritas como trilogias. Porém a única que sobreviveu, até a contemporaneidade, com suas três partes igualmente preservadas, foi a tragédia escrita por Ésquilo, “A Orestéia”, dividida em “Agamemnon”, “Coéforas” e “Eumenides”. O mito que eu resolvi explorar hoje faz parte da terceira parte desta tragédia.

A tragédia “A Orestéia”, como um todo, cumpre um papel quase didático em um momento no qual a democracia e a justiça ainda eram novidades na Grécia. A peça traz referências bastante claras deste momento de transição: da justiça feita com as próprias mãos versus o novo sistema judiciário, que já era, basicamente, o que conhecemos e usamos até hoje.

- O Voto de Minerva

Depois de dez longos anos lutando na guerra de Tróia, o rei Agamemnon, enfim voltava para casa. Porém, assim que chegou a seu palácio, Agamemnon foi friamente assassinado por sua esposa, a rainha Clitemnestra, que estava o traindo com seu próprio primo, Egisto.

Clitemnestra hesita antes de matar Agamnenon dormindo. Ao seu lado, Egisto a incita para que o execute. -  Pierre-Narcisse Guérin.
Seguindo a tradição grega, que dizia que o filho sempre devia vingar a morte do pai, Orestes mata sua própria mãe. Porém havia outra tradição grega que dizia que um filho jamais deveria matar sua própria mãe, e logo que ele a mata, passa a ser perseguido pelas “Eumenides”.

As Eumenides, também conhecidas como “Fúrias” ou “Erínias” eram três deusas encarregadas de punir criminosos, especialmente aqueles que tivessem cometido crimes consanguíneos. Orestes, desesperado, apela para o deus Apolo, e este acaba atuando como um verdadeiro advogado, defendendo sua inocência.

O Remorso de Orestes - William-Adolphe Bouguereau

A deusa Atena, conhecida por seu senso de justiça, resolve julgar o caso. É criado naquele momento o modelo de justiça como conhecemos hoje.

Atena preside o julgamento, Apolo é o advogado de defesa de Orestes, e as três “Fúrias” são as acusadoras. O caso é julgado diante de um júri formado por doze cidadãos atenienses. Na hora de revelar o veredicto, a votação termina empatada. Atena, então, profere sua sentença, dando o voto decisivo, (ou o famoso “voto de Minerva” - nome pelo qual a deusa era conhecida em Roma), e declarando, assim, Orestes inocente. 

E assim finalizo essa grande viagem pela Grécia e Roma Antiga! Espero que tenham gostado e se divertido tanto quanto eu! :)

Um comentário:

Edna disse...

Nossa Cris!!
Incrível esse mito!
Adorei!
Bem, amei essa viagem pela Grécia e Roma Antiga!
Parabéns pelo lindo trabalho!
Bjs,